POR Mara Ribeiro
O Ministério da Saúde, através da Política Nacional de Atenção as Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias e da Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados/DAE/SAS/MS, nos dias18 e 19 dias do mês de junho de 2009 realizou, o I ENCONTRO NACIONAL DE MULHERES COM DOENÇA FALCIFORME, na cidade de Recife/PE. Após a exposição dos temas: Mulheres Negras no Brasil e Vida Reprodutiva, Gestação, Parto e Climatério, as mulheres foram distribuídas em Grupos de Trabalhos Regionais que elencou as recomendações a seguir.
Em plenária própria as usuárias, Mulheres com Doença Falciforme, deliberaram como representação nacional a constituição da REDE NACIONAL DE MULHERES COM DOENÇA FALCIFORME, representadas pelas 05 Regiões brasileiras, afim de acompanhar, informar, municiar e articular a Política de Atenção as Portadoras com Doença Falciforme, no âmbito do Ministério da Saúde, e demais Ministérios, assim como em todos os setores de discussão e implementação da Política de Gênero.
RECOMENDAÇÕES DAS USUÁRIAS DAS REGIÕES: SUDESTE, SUL, NORTE, CENTRO OESTE E NORDESTE
TEMA: O QUE QUEREMOS DO SUS?
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- Transversalização da Política de Atenção as Pessoas com Doença Falciforme, nas três esferas de poder da Federação de forma UNIFICADA, partindo do princípio que é uma questão estruturante para os poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário;
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- Capacitação e formação técnica para o Controle Social, de acordo com o previsto nos Fundos de Saúde, com recurso específico para a Doença Falciforme;
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- Oferta continuada de capacitação para os profissionais da Rede de Saúde, estendendo-se para as áreas de especialidades para melhores atendimentos nos hospitais e postos de saúde;
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- Ampliar o direito de acompanhamento nas Unidades Hospitalares, em caso de internação das pessoas com Doença Falciforme maiores de 12 (doze) anos;
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- O SUS deve promover e garantir a publicização da Doença Falciforme de forma permanente e continuada nos grandes meios de comunicação de massa considerando o conteúdo a ser trabalhado ao informar;
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- O Controle Social representado através das Entidades presentes neste encontro terão como atribuição acompanhar todos os encaminhamentos e deliberações, no tocante ao andamento das propostas deliberadas;
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- Garantir ampliação, o monitoramento e a realização do exame Diagnóstico Tardio para a População Adulta, viabilizando o acesso à informação, orientação e o aconselhamento genético e garantindo os direitos reprodutivos;
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- Garantir o acesso à medicação para todas as pessoas com a Doença Falciforme;
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- Articular junto aos estados e municípios a viabilidade da GRATUIDADE nos meios de transportes urbanos municipais, intermunicipais e interestaduais: rodoviários, ferroviários e marítimos;
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- Garantir a confecção do CARTÃO DE IDENTIFICAÇÃO do (a) USUÁRIO (A), com a Doença Falciforme;
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- Promover campanhas de publicidade contínuas de arte visual (Ex: Cartazes) para fixação nos Hospitais, Postos de Saúde, dentre outros espaços públicos;
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- Garantir o acesso as especialidades médicas;
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- Incluir nos cursos Universitários e Técnicos Profissionalizantes das áreas de Humanas e Saúde, tópicos e discussões sobre a Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias;
- Incluir na rotina do Pré-Natal a Eletroforese de Hemoglobina com a garantia da assistência especializada;
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- Incluir nos Cursos Introdutórios da Estratégia de Saúde da Família – ESF, o conteúdo de Doença Falciforme;
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- Implantar a Triagem Neonatal;
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- Cobrar as Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde/Hemocentros – Implantação da Portaria 822/2001;
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- Garantir a qualidade no sangue/fenotipagem;
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- Garantir o acesso aos medicamentos de auto custos (Hidreia);
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- Garantia de assistência de qualidade e integral à saúde das mulheres com doença falciforme (planejamento familiar, pré-natal de alto risco, parto, puerpério e climatério);
- Qualificar os profissionais das maternidades de referências para gestação de alto risco em Doença Falciforme;
- Garantia de leitos hospitalares para pessoas com Doença Falciforme;
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23. Implantação de Centros de Referências em Doença Falciforme em todos os Estados do País;
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- Qualificação dos profissionais do SUS para atendimento às pessoas com doença falciforme em todos os níveis da atenção;
- Implantação do diagnóstico para Doença Falciforme na Triagem Neonatal em todos os Estados do País;
- Garantia do acesso ao exame diagnóstico para crianças, adolescentes, jovens e adultos no SUS (Eletroforese de Hemoglobina);
- Incluir a Doença Falciforme nos conteúdos dos cursos de graduação de todos os cursos da área de saúde e estimular a realização de projetos de extensão e pesquisa;
- Apoio e investimentos às Associações de Pessoas com Doença Falciforme no intuito de fortalecer seu papel de controle social;
- Divulgação da Doença Falciforme em todos os espaços da comunidade (espaços religiosos, escolas, mídia, etc.);
- Integração da política de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme com outras instâncias ministeriais: Secretaria Especial das Mulheres, SEPPIR, MEC e MDS;
- Implantação de programas de atenção às pessoas com Doença Falciforme nos estados e municípios com coordenação e orçamentos específicos;
- Produção de material informativo com linguagem adequada sobre a doença, sintomas, tratamento, e novas tecnologias, etc.; para divulgação entre os usuários;
- Garantia do acesso a UTI sempre que necessário para as pessoas com Doença Falciforme;
- Realizar uma grande campanha na mídia para divulgar a Doença Falciforme;
- Priorizar o atendimento nas emergências as pessoas com Doença Falciforme em crise, bem como a realização do diagnóstico diferencial.
COMPOSIÇÃO DA REDE NACIONAL:
REGIÃO SUDESTE:
TITULAR: MARA RIBEIRO/RIO DE JANEIRO
SUPLENTE: SHEILA VENTURA/SÃO PAULO
REGIÃO SUL:
TITULAR: SIMONE OLIVEIRA/PARANÁ
SUPLENTE: ***
REGIÃO NORTE:
TITULAR: MARTA NABOR/MACAPÁ
SUPLENTE: GISLE ALVES/TOCANTINS
REGIÃO NORDESTE:
TITULAR: FRANCINEIRE ASSIS/BAHIA
SUPLENTE: ELIFABIANA ARAUJO/ALAGOAS
REGIÃO CENTRO-OESTE:
TITULAR: LUANA MARTINS/DF
SUPLENTE: ANA TEIXEIRA/CUIABÁ