Dirigente da ASPPAH defende quebra de patente do Hidroxiuréia

28 de Outubro de 2011

Zuma Nunes, coordenador-geral, apresentou as propostas saídas do GT sobre DF (Fotos: Dalmo Oliveira)

O coordenador de Comunicação da ASPPAH, jornalista Dalmo Oliveira, defendeu ontem, durante o segundo dia do II Seminário de Saúde da População Negra, no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa, a quebra das patentes do medicamento Hidroxiuréia, pelo Ministério da Saúde, a exemplo do que ocorreu com os medicamentos que compõe o coquetel anti-AIDS na década passada. “A fabricação desse medicamento pelos laboratórios do Governo acabarão de vez com os problemas de desabastecimento que estamos verificando hoje. Na Paraíba o remédio deixou de ser fornecido às pessoas com a doença falciforme há mais de três meses”, disse o ativista.

A secretaria de Saúde da Paraíba argumentou que o desabastecimento ocorre por conta de uma orientação do TCU para não adquirir o medicamento por razões relacionadas aos processos licitatórios entre a Secretaria de Saúde e os laboratórios fornecedores. Segundo fontes do CEDMEX, o problema está sendo solucionado por intermédio do próprio Ministério da Saúde, que está liberando recursos extras para a compra do medicamento de forma direta, enquanto se resolve o impasse das licitações.

Mais de 300 pessoas participaram do seminário em João Pessoa

Segundo o Hemocentro da Paraíba, cerca de 30 pessoas com a doença falciforme dependem do  Hidroxiuréia para manterem a saúde estável sem crises. “No mês passado associações de São Paulo nos cederam alguns frascos do medicamento de pacientes que suspenderam o uso e repassaram para as entidades”, revela Oliveira.

Segundo as pesquisas médicas, o uso de Hidroxiuréia promove a elevação dos níveis de hemoglobina fetal (Hb F) em pacientes portadores das chamadas “síndromes falciformes”.

Dalmo defendeu ainda que o Estado da Paraíba crie um programa especial de acompanhamento a jovens mulheres grávidas com a doença falciforme, a exemplo do que ocorre em Minas Gerais com o Projeto Aninha, idealizado para acompanhar mulheres que, com a doença, têm sempre uma gravidez de altíssimo risco. Ele sugeriu também a pactuação do Estado com o Projeto Cegonha, do governo federal, garantindo exame de eletroforese da hemoglobina para todas as mulheres grávidas que buscarem a rede pública de saúde.

Outra proposta do dirigente da ASPPAH diz respeito à criação de espaços interreligiosos nos hospitais e unidades de saúde pública, para contemplar todas as religiões e, especialmente, as religiões de matriz africana, como o candomblé, umbanda e jurema. “Esse tipo de adaptação das capelas já ocorreu em Porto Alegre, tendo como base constitucional o conceito de laicidade do Estado”, comenta o jornalista.

A ASPPAH também solicitou assento no Comitê Técnico de Saúde da População Negra da Secretaria de Saúde do Estado, órgão criado ano passado, mas que se encontra desativado. A ONG aproveitou o evento ainda para coletar assinaturas para a moção de apoio da FENAFAL ao transplante de medula óssea para pessoas com a doença falciforme.

O seminário teve um GT específico sobre doença falciforme. A gerência de Saúde da População Negra da Secretaria de Saúde de João Pessoa lançou oficialmente o Programa Municipal de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. Segundo Dandara Correia, as ações vêm se intensificando nos últimos seis meses. Está sendo definida a rede de referência e está programado para os próximos meses a capacitação das equipes de saúde da família.

Ao som do maracatu, evento foi encerrado com ato público na orla de Tambaú

No nível estatual está sendo preparada as primeiras ações para implantação do Programa Estadual. Capacitação do hemocentro de Campina Grande e dos hemonúcleos nas principais cidades devem ser as ações iniciais no âmbito da SES.

O evento, encerrado na tarde de ontem,  ainda promoveu uma ação pública de educação em saúde na Feirinha de Tambaú, onde membros da ASPPAH fizeram a distribuição de impressos. Ontem, dia 27 de outubro, foi comemoprado o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme.


Doença falciforme é carro-chefe de Seminário de Saúde da População Negra

27 de Outubro de 2011

Zuma, primeiro à esquerda: controle social em doença falciforme. (Foto: Dalmo Oliveira)

A doença falciforme é o carro-chefe das discussões que ocorrem dentro do II Seminário de Saúde da População Negra iniciado ontem no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa. O evento é uma realização conjunta das secretarias municipal e estadual de Saúde.

O coordenador-geral, Zuma Nunes, compôs ontem a mesa solene de abertura. Os coordenadores Dalmo Oliveira, Marcelo Cidalina e Dinaci Tenório também estão participando do evento, além da assessora técnica Fabiana Veloso.

O seminário tem um GT específico sobre doença falciforme. Ontem a gerência de Saúde da População Negra da Secretaria de Saúde de João Pessoa lançou oficialmente o Programa Municipal de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. Segundo Dandara Correia, as ações vêm se intensificando nos últimos seis meses. Está sendo definida a rede de referência e está programado para os próximos meses a capacitação das equipes de saúde da família.

No nível estatual está sendo preparada as primeiras ações para implantação do Programa Estadual. Capacitação do hemocentro de Campina Grande e dos hemonúcleos nas principais cidades devem ser as ações iniciais no âmbito da SES.

O evento acaba hoje à tarde com uma ação pública de educação em saúde na Feirinha de Tambaú, onde haverá distribuição de impressos, serviços e estandes. O dia 27 de outubro é o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme.


Herança genética teve curso em João Pessoa

26 de Outubro de 2011

Silma usa dados como analogia ao processo genético na doença falciforme (Fotos: Fabiana Veloso)

A bióloga e geneticista Silma Melo, do Programa Nacional de Atenção Integral à Pessoa com Doença Falciforme, do Ministério da Saúde, esteve nesta terça-feira, 25, em João Pessoa ministrando um curso especial sobre herança genética em doença falciformes para profissionais da Prefeitura de João Pessoa e do Hemocentro da Paraíba.

Com cerca de 50 inscritos, o curso é o primeiro dessa natureza realizado na Paraíba e deve servir de preparação para que esses profissionais possam oferecer à população orientação e aconselhamento genético adequado às pessoas e famílias que possuam o traço e a doença falciforme.

Dirigentes da ASPPAH acompanharam o evento por todo o dia, aproveitando para distribuir folders da entidade e da FENAFAL. “Gradualmente a secretaria municipal e setores do governo estadual vão assumindo suas tarefas de casa na questão da doença falciforme. A capacitação do pessoal de atendimento é apenas um passo inicial nesse processo”, diz Fabiana Veloso, assessora da entidade.

Plateia atenta lotou auditório do IPEP


Hemocentro e Secretaria de Saúde de JP realizam curso sobre herança falciforme

21 de Outubro de 2011
 O Hemocentro da Paraíba e a Secretaria de Saúde de João Pessoa realizam, no próximo dia 25, o Curso de Orientação Genética em Herança Falciforme. O evento será no auditório do Hemocentro, das 8h às 17h, e terá como principal objetivo capacitar profissionais de saúde e membros de equipe multidisciplinar, envolvidos direta ou indiretamente com as pessoas com doença falciforme ou portadoras de traço falciforme, e seus familiares. O público desta qualificação serão as equipes da triagem neonatal dos postos de coleta do teste do pezinho, bem como equipes da atenção básica e demais profissionais envolvidos com doença falciforme.
De acordo com Dandara Correia, coordenadora da Atenção Básica da Secretaria de Saúde de João Pessoa, na área temática da saúde da população negra, o curso integra as ações do Ministério da Saúde (MS) voltadas para a política de atenção à saúde da população negra. “Vamos discutir as formas de orientação e informação genética dos portadores de doença ou traço falciforme, esclarecendo sobre os riscos, consequências, tratamento e sequelas que, por ventura, possam ocorrer”, disse.Anemia Falciforme – Este tipo de anemia é uma das doenças hereditárias mais comuns no Brasil e depende de um par de genes que a pessoa recebe do pai e da mãe. Os principais sintomas são dores intensas, que não cedem a remédios comuns, infecções frequentes e olhos amarelados. Também podem ocorrer complicações, como derrame cerebral e úlcera de perna.

A doença é uma modificação dos glóbulos vermelhos, causada por alterações genéticas. As hemácias de quem tem o problema podem causar obstruções dos vasos sanguíneos, que geram dores de intensidade variáveis e lesões em órgãos, músculos e juntas. A anemia falciforme não tem cura, mas tratamento. Quem sofre da enfermidade pode ter uma vida normal, desde que siga alguns cuidados.

A doença falciforme é reconhecidamente um grave problema de saúde pública mundial, com grande impacto na morbimortalidade da população acometida pela doença. Na década de 80, um amplo estudo multicêntrico comprovou que a introdução precoce de penicilina em recém-natos com anemia falciforme impactava significativamente na sua história natural, reduzindo a mortalidade nos primeiros cinco anos de vida. Esse achado fez com que os programas de triagem neonatal em todo o mundo incluíssem a pesquisa da hemoglobina S, dependendo da composição étnica de cada população.

No Brasil, a doença é reconhecida pelos profissionais de saúde como de alta prevalência há vários anos. O problema também foi reconhecido pelo MS, que, a partir de 2001, introduziu a fase II do programa brasileiro de triagem neonatal, com o objetivo de identificar precocemente a pessoa com doença falciforme.

Desde os primeiros resultados de prevalência encontrados no País, a triagem neonatal evidenciou a necessidade de organização de um sistema de acompanhamento daqueles pacientes, estabelecendo-se, então, a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. Essa política, de cunho nacional, encontra-se em franca construção, contando com a adesão paulatina dos estados da união que já realizam a triagem em fase II.

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fonte: http://paraibaonline.com.br/index.php/editorias_inc/6/826370
Observação: a doença falciforme pode ser curada através do transplante de medula óssea.

Hemocentro anuncia exame de doppler para crianças

10 de Outubro de 2011

Doppler transcraniano: arma eficaz no combate ao AVC infantil

O Hemocentro da Paraíba está confirmando para o próximo dia 18 de novembro a realização de um mutirão de exames de doppler transcraniano para crianças com a doença falciforme com idades entre os dois e os 16 anos. Segundo a hematologista Sandra Cibele, está previsto o atendimento de cerca de 30 pacientes. Os exames serão realizados a partir das 8 horas.

O doppler transcraniano tem sido adotado na prevenção de derrames cerebrais das pessoas com a doença falciforme, principalmente nas crianças com algum episódio de AVC. O exame é preventivo e indolor.

Mais informações pelo telefone 3218.7601