Marisa Tôrres (blusa escura) recebeu coordenadores (Foto: Marcelo Cidalina)
A ASPPAH está intensificando sua atuação na segunda maior cidade da Paraíba, Campina Grande. Nesta quinta-feira, 1º, coordenadores da entidade mantiveram uma primeira reunião com gestores da Secretaria de Saúde da Rainha da Borborema, quando solicitaram a implantação naquele município de um programa especial de atenção integral às pessoas com doença falciforme e outras hemoglobinopatias da região.
Os coordenadoresDalmoOliveira, Marcelo Cidalina, Dinaci Tenório e Solange Lustosa foram recebidos pela secretária-adjunta Marisa Tôrres Agra, e pela diretora de planejamento, Juracema Medeiros. Além do programa especial, os dirigentes da ASPPAH solicitaram que o órgão crie portaria instituindo a notificação compulsória na rede municipal, para registro dos casos de atendimento de pessoas com doença falciforme internadas ou atendidas, especialmente na maternidade municipal.
“A reunião foi muito proveitosa. Campina Grande possui 94 equipes do Saúde da Família, alcançando 84% de cobertura. Defendemos que o município inicie essa tarefa promovendo capacitação para a doença falciforme com os profissionais da atenção básica”, comenta Oliveira.
Ele disse ainda que, pelo fato de Campina Grande absorver a demanda de várias cidades circunvizinhas, a Secretaria Municipal quer pensar uma ação mais ampla, abrangendo aquela Região de Saúde, que hoje atende 14 municípios. Uma solução possível seria a criação de um consórcio em saúde, articulando as prefeituras da 3ª Região de Saúde, da Borborema. ”No próximo dia 13 de dezembro, haverá uma reunião onde essa discussão será pautada”, informa o ativista.
Os membros da ASPPAH também apresentaram à secretária-adjunta proposta de projeto para instalação de uma casa de passagem (casa abrigo), para dar suporte às famílias dos pacientes que procuram Campina Grande para tratamentos da doença falciforme. “A patologia provoca internações de períodos prolongados. Os familiares que acompanham os doentes nos hospitais não têm onde ficar e acabam acampando nas próprias unidades de saúde. Além disso, a casa serviria também para a ASPPAH prestar serviços sociais de apoio aos pacientes e familiares”, diz Solange Lustosa, que responde pelo núcleo da ASPPAH em Campina Grande.
A ASPPAH também estará solicitando assento no Conselho Municipal de Saúde de Campina Grande na próxima etapa de renovação das entidades conselheiras. “A cidade vai receber uma UPA nos próximos dias, mas quase todo o atendimento de saúde pública está espalhado em serviços da iniciativa privada, o que acaba dificultando o controle social”, avalia Marcelo Cidalina.
Os dirigentes da ONG pretendem provocar situações de pactuação da prefeitura com o Estado, otimizando os recursos públicos na regulação de internações e de outros procedimentos. “Queremos que cada parte assuma suas responsabilidades. Sabemos que há recursos próprios para a atenção em saúde na doença falciforme. Estamos em estreita comunicação com o Ministério da Saúde e vamos cobrar que as determinações federais sejam implantadas nas principais cidades paraibanas”, afirma Cidalina.
Em 2012 os dirigentes da ASPPAH pretendem expandir suas ações de controle social para outras cidades-pólos importantes do estado, como Patos, Cajazeiras, Monteiro e Guarabira. “Estamos discutindo com a Secretaria Estadual a implantação de um programa estadual, que defina hospitais de referência para crianças e adultos nas principais macro-regiões, no sentido de interiorizar os tratamentos para a doença falciforme”, diz o ativista.