Encontro das capitais vai discutir implantação de programas de atenção integral no NE

30 de Março de 2011

Zuma Nunes tem boa espectativa com resultados do evento (Foto: Dalmo Oliveira)

Está confirmada pela Secretaria de Saúde de João Pessoa a realização no próximo dia 12 de abril, no Hotel Tambaú, na capital paraibana, do 1º Encontro de Capitais do Nordeste com Programa de Atenção Integral à Pessoa com Doença Falciforme. Segundo Joice Aragão, do Ministério da Saúde, “o evento está sendo especialmente organizado para promover a qualificação dos gestores para implantação do Programa de Doença Falciforme nas capitais. Com objetivo de apoiar e participar de definições para os impasses e  dificuldades encontrados a nível local, esse encontro propiciará aos gestores do Ministério da Saúde a oportunidade de cooperar de forma concreta para a superação dos mesmos”.

Está sendo esperada a presença dos secretários de Saúde do estado e da prefeitura de João Pessoa, Waldson Dias e Roseana Maria Meira, respectivamente, para a abertura dos trabalhos, que ainda não tem local definido. “Estamos muito esperançosos de que o evento seja decisivo na sensibilização dos gestores paraibanos, pois sabemos que tudo depende da vontade política e de fazer dos governos, uma vez que há recursos públicos reservados para a implantação dos programas especiais, tanto no âmbito municipal, quanto no estadual”, diz Zuma Nunes, coordenador-geral da ASPPAH.

Segundo os dirigentes da ASPPAH, a medida inicial em João Pessoa é treinar as equipes dos PSF’s e dos hospitais que serão indicados como referência para atendimentos de média e alta complexidade. “Já é consenso que os hospital do Valentina seja mesmo a referência em pediatria. Precisamos agora treinar toda a equipe e definir um hematologista responsável pela unidade”, diz Nunes.

No nível estadual a ação prioritária deverá ser a consolidação da segunda fase da triagem neonatal, o chamado “teste do pezinho”. Segundo Dalmo Oliveira, também coordenador da Associação, existem ajustes para ser feitos na metodologia do exame e aumento significativo da cobertura na rede estadual. “Queremos um olhar especial para mães e recém-nascidos nas maternidades públicas. As pessoas diagnosticadas com o traço da doença ainda não estão recebendo a devida  orientação genética. E não há um padrão de atendimento para as crianças que nascem com a doença na Paraíba”, diz Oliveira.

Os ativistas também estão interessados em melhorar o serviço nos hemocentros. Recentemente eles foram informados de que o indíce de doadores de sangue em João Pessoa com o traço falciforme é de 2,4%. “As bolsas de sangue desses doadores não podem ser ofertadas aos doentes falciforme em crise”, alerta o coordenador.


Coordenadores da ASPPAH são recebidos por secretário de Saúde da Paraíba

22 de Março de 2011

Reunião tratou de implantação de programa para pessoas com DF (Foto: Fabiana Veloso)

O secretário de Saúde do Estado da Paraíba, Waldson Dias de Sousa, recebeu na tarde desta sexta-feira, dia 18, os coordenadores da ASPPAH, Dalmo Oliveira e Marcelo Cidalina. A reunião foi intermediada pelo vereador da Capital, Bira Pereira (PSB), autor do projeto de Lei municipal que cria o Programa de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme na rede pública de João Pessoa, já sancionado pelo prefeito Luciano Agra.

Os dirigentes da entidade apresentaram à Sousa um panorama da doença falciforme na Paraíba. Segundo Oliveira, o estado ainda não possui dados confiáveis sobre a incidência desta hemoglobinopatia na população paraibana. “Trabalhamos com um patamar epidemiológico de prevalência próximo ao de Pernambuco, onde nasce uma criança com a doença para cada 1400 nascidas vivas”, disse Dalmo ao secretário.

Ele pediu providências da Secretaria de Saúde em relação à implementação da segunda fase do teste do pezinho, que detecta a doença falciforme. “A segunda fase só foi implantada o ano passado e mesmo assim estamos desconfiados que está havendo erro na metodologia da triagem uma vez que até agora o exame dos recém-nescidos só detectou crianças com o traço da doença. Já deveria ter aparecido bebês com a doença”, comenta Cidalina.

Waldson Dias prometeu mobilizar as áreas técnicas de Atenção à Saúde e de Vigilância em Saúde nos próximos dias para discutirem com a ASPPAH as providências urgentes em relação à implantação das medidas iniciais de tratamento da patologia. Os diretores da ASPPAH também solicitaram que os Estado defina uma rede hospitalar de

Vereador Ubiratan (Bira) Pereira acompanhou audiência na SES (Foto: Fabiana Veloso)

SANGUE

Outro quadro preocupante, segundo os ativistas da ASPPAH, diz respeito à hemorrede na Paraíba. “Até outubro do ano passado o sangue doado nos hemocentros da Paraíba não eram examinados em relação à doença falciforme. Recentemente fomos informados que quase três por cento das bolsas de sangue coletadas nesse período são de doadores com o traço falciforme, uma incidência bastante relevante”, alerta Dalmo.

Segundo o coordenador da ONG, essas bolsas de sangue não poderão ser oferecidas às pessoas com a doença falciforme, que precisam constantemente de transfusão sanguínea. “Só recentemente esse tipo de testagem começou a ser feita aqui em João Pessoa e não sabemos a situação dos demais hemonúcleos espalhados pelo interior do estado”, diz Oliveira.

A implantação do Programa de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme na capital paraibana será discutida num evento que vai ocorrer em João Pessoa no próximo dia 12 de abril, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Municipal.

“A idéia é que João Pessoa siga o exemplo de Recife, Salvador e Fortaleza, capitais do Nordeste que já implantaram seus programas específicos para tratar dos cidadãos que convivem com essa patologia, que é hereditária, genética e, até o presente, incurável”, diz Dalmo Oliveira.