Está confirmada pela Secretaria de Saúde de João Pessoa a realização no próximo dia 12 de abril, no Hotel Tambaú, na capital paraibana, do 1º Encontro de Capitais do Nordeste com Programa de Atenção Integral à Pessoa com Doença Falciforme. Segundo Joice Aragão, do Ministério da Saúde, “o evento está sendo especialmente organizado para promover a qualificação dos gestores para implantação do Programa de Doença Falciforme nas capitais. Com objetivo de apoiar e participar de definições para os impasses e dificuldades encontrados a nível local, esse encontro propiciará aos gestores do Ministério da Saúde a oportunidade de cooperar de forma concreta para a superação dos mesmos”.
Está sendo esperada a presença dos secretários de Saúde do estado e da prefeitura de João Pessoa, Waldson Dias e Roseana Maria Meira, respectivamente, para a abertura dos trabalhos, que ainda não tem local definido. “Estamos muito esperançosos de que o evento seja decisivo na sensibilização dos gestores paraibanos, pois sabemos que tudo depende da vontade política e de fazer dos governos, uma vez que há recursos públicos reservados para a implantação dos programas especiais, tanto no âmbito municipal, quanto no estadual”, diz Zuma Nunes, coordenador-geral da ASPPAH.
Segundo os dirigentes da ASPPAH, a medida inicial em João Pessoa é treinar as equipes dos PSF’s e dos hospitais que serão indicados como referência para atendimentos de média e alta complexidade. “Já é consenso que os hospital do Valentina seja mesmo a referência em pediatria. Precisamos agora treinar toda a equipe e definir um hematologista responsável pela unidade”, diz Nunes.
No nível estadual a ação prioritária deverá ser a consolidação da segunda fase da triagem neonatal, o chamado “teste do pezinho”. Segundo Dalmo Oliveira, também coordenador da Associação, existem ajustes para ser feitos na metodologia do exame e aumento significativo da cobertura na rede estadual. “Queremos um olhar especial para mães e recém-nascidos nas maternidades públicas. As pessoas diagnosticadas com o traço da doença ainda não estão recebendo a devida orientação genética. E não há um padrão de atendimento para as crianças que nascem com a doença na Paraíba”, diz Oliveira.
Os ativistas também estão interessados em melhorar o serviço nos hemocentros. Recentemente eles foram informados de que o indíce de doadores de sangue em João Pessoa com o traço falciforme é de 2,4%. “As bolsas de sangue desses doadores não podem ser ofertadas aos doentes falciforme em crise”, alerta o coordenador.